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Uma Estranha Leveza

Fábrica da Criatividade, Castelo Branco, Portugal - 2023

Exposição individual. Por ordem na mesa: Fábio Ramalho - Coordenador da Fábrica da Criatividade, Luís Macedo - Artista plástico, Leopoldo Rodrigues - Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, António Domingues - Professor de Estética, Director do curso de mestrado de ensino da Filosofia e Presidente do departamento de Cultura, Filosofia e Política da UBI / Universidade da Beira Interior / Covilhã e José Nunes - Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco e Professor na Escola Superior Agrária de Castelo Branco / Politécnico de Castelo Branco. Com especial agradecimento a Fernando Raposo - Assessor para a Cultura e Educação da Câmara Municipal de Castelo Branco e Professor na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco / Politécnico de Castelo Branco, Ana Paula Domingues - Professora de Filosofia / Agrupamento Nuno Álvares de Castelo Branco, João Falcão e Rafael Seguro - Assistentes da Fábrica da Criatividade.

Acerca de Uma Estranha Leveza

Jornal Reconquista - Texto de Ana Paula Domingues e José António Domingues

" O artista albicastrense Luís Macedo expõe na Fábrica da Criatividade um conjunto de pinturas alicatadas que não podemos deixar de ver como uma resistência à banalidade do mal, um conceito da filósofa judia Hannah Arendt, que cobriu, em 1961, enquanto jornalista, o julgamento de Adolf Eichmann. Pensar pelos olhos das figuras que falam desse escândalo do extermínio de homens, mulheres e crianças nos campos de concentração nazis (a arte é assim, é golpes de experiência), parece-nos compartilhá-lo, compreendê-lo. O interesse pela exposição pode adquirir uma dimensão mais histórica, política, cultural. Essa dimensão faz-se aliás aqui insistente: invoca a memória, quebra o silêncio, revive o drama e desinquieta. Um desejo de assim resgatar as vítimas inocentes de um silêncio que não está certo, um silêncio que esquece e que se não for interrompido vitimiza pela segunda vez.

Um desejo que a criação em cada azulejo de Luís Macedo materializa nas evidências das formas e a despeito do facto de a arte existir como memória, uma memória própria do inclassificável sofrimento pela aniquilação de culturas, de identidades da comunidade do humano.

Desde o primeiro momento do julgamento que Eichmann se esquiva. A extraordinária normalidade de Eichmann, pai de família, sem más intenções, sem estar possuído por qualquer paixão fanática, são de facto os traços essenciais que se distinguiam. No fundo é uma figura proveniente da administração e da máquina de fabricar cadáveres do regime nazi que lhe impedia que ele dispusesse de um espírito emancipado. Tinha know-how, mas era incapaz de pensar sobre a natureza das consequências das suas funções, incapaz de se deixar afectar e pôr-se no lugar do outro. Eichmann, que com zelo e obediência aos seus superiores engendrou a Solução Final, funcionário de mérito, nunca matou um judeu, nas suas palavras. Nele a consciência jamais poderá reproduzir-se com culpa.

Um humano sempre se encontra no extremo dessa consciência de Eichmann. Ou isso levaria a pensar que por mais que procuremos jamais encontraremos alguém, um rosto, um olhar, uma alma. Ela está completamente envolvida com a capacidade de pensar e de compreender e de corresponder a uma humanidade, à capacidade desta de agir, de ter iniciativa para se ajustar e reconciliar e estar em sintonia e harmonia com a realidade, em relação com outros. Por natureza, é preciso aceitar esse outro. O eu e o outro sempre se aventuram na existência como que unidos por um amor eterno. É por isso que é tão provável falar de mundo comum.

Para observar o fenómeno global da desumanização e da perda de relação constata-se com desagrado que a banalidade do mal ressurge. Nenhum homem hoje nas mesas de negociações internacionais pela sobrevivência alimentar dos povos, nas negociações dos recursos energéticos, pela guerra que destrói os objetivos militares, fala com justeza dos outros. Sobretudo, planifica modos de fabricar a aniquilação.

Ao contrário, a Fábrica da Criatividade associa criatividade, artifício e arte à ideia de fabricação. Nada mais do que o traço de um esforço de integração que Luís Macedo formula a partir das suas peças, o esforço sem o qual não haveria obras de arte. Nesse esforço as obras de arte reflectem um desconforto: não têm utilidade, mas são as mais úteis de todas as coisas tangíveis. De facto, uma exposição de obras de arte inicia uma relação física, de sentir, que privilegia um espectador que em si revive um mundo iniciado pela obra. Ao qual agrada a ideia de que uma obra de arte toma-se por mediadora de alguns movimentos pessoais, sem o que não existiria.

Eis-nos assim como medidas do que da pintura punge, que compulsamos nos códigos presentes, nos arquivos, nas memórias de “Uma estranha leveza”. Luís Macedo procura questioná-la, muito pacientemente. É preciso ver o que ele produziu, dessa emoção de falar daqueles aos quais as obras estão ligadas. Podemos supor que a sua emoção nos coloque em perspectiva com o que os quadros limitam. Parece-nos que as formas das figuras dos quadros descendem da revelação das próprias experiências que recebemos enquanto espectadores. E aquilo que recebemos choca e fere. E se a figura perturba, demoramo-nos diante dela. Que faço durante o tempo que permaneço diante dela? Olho-a, escrutino-a, como se quisesse saber mais sobre a coisa ou a pessoa que ela representa. "

Artigo LEITORES - 25-05-2023

Apresentação de Uma Estranha Leveza

EM MEMÓRIA de José Nunes Mateus, 1908 - Ferrarias Cimeiras, Stº André das Tojeiras, Castelo Branco, Portugal / 1941 - Mauthausen-Gusen, Áustria.

Orador, José Nunes - Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco e Professor na Escola Superior Agrária de Castelo Branco / Politécnico de Castelo Branco.

DOCUMENTÁRIO Deportados para outro Mundo de Ana Luísa Rodrigues, Carla Quirino, José Rui Rodrigues, Sofia Pedro - RTP, 2018

Jornal Reconquista | Artigo online Artista descobre familiar de vítima do Holocausto

Quinze Pintores

Palácio Marim Olhão, Lisboa, Portugal - 2002

Exposição colectiva: Ana Menezes, Ana Teresa Antunes, Catarina Verdier, Hugo Canoilas, Luís Macedo, Martinha Maia, Miguel Moreira, Nuno Gaivoto, Patrícia Caldeira, Paula Prates, Paulo Barros, Pedro Barreto, Pedro Diniz Reis, Rita Carmo, Rodrigo Vilhena.

Um Passo na Floresta

Armazém HVC, Lisboa, Portugal - 2001

Exposição colectiva: Ana Teresa, Daniel Barroca, Balin, Jorge Santos, Luís Macedo, Martinha Maia, Nuno Carrusca, Paulo Rafael, Tânia Simões.

Mostra Nacional de Jovens Criadores 2000

Teatro Rivoli, Porto, Portugal - 2001 + Auditório da Biblioteca Municipal, Santa Maria da Feira, Portugal - 2002

2ª Bienal - Mostra Nacional de Jovens Criadores 2000

3ª Bienal - Mostra Nacional de Jovens Criadores 2002 - (selecção vídeo 2000)

Galeria 30 Dias - BOXE

Caldas da Rainha, Portugal - 2000

Galeria 30 Dias - Dia 2 - Luís Macedo

Exposição colectiva: Carlos Nogueira - Luís Macedo - Daniel Barroca - Rita Carmo e Pedro Pinto - Vasco Costa - D-Lab Pedro Diaz Bérrio, Rui Xavier e Tiago Jorge - Pedro Campos Rosado - Balin - Ana Teresa - Paulo Rafael - Teresa Almeida, Susana Guardado, Patrícia Guerreiro, Carlos Guerreiro, Pedro Valdez Cardoso e Rafael Alvarez - João Costa, Nuno Fernandes, Raquel Abreu, Sérgio Gonçalves e Nelson Lança - Marco Reixa - Jorge Santos - Virgínia Mota - Hugo Canoilas e Martinha Maia - José Barrias - Nuno Carrusca - Gonçalo Pena - Miguel Moreira e Catarina Verdier - Carla Rebelo - Paulo Barros - Fernando Brízio - José Miranda Justo - Pedro Cabrita Reis - Xana - Filipe Feijão, Pedro Ferreira e Nuno Simão - Lúcia Morgado - TVT - Victor Reis - Ana Vieira e Catarina da Câmara Pereira.

Nas imagens: "Cabeça" e "Boxe" - Luís Macedo, 2000

Holy Are We !

Museu Atelier João Fragoso, Caldas da Rainha, Portugal - 1997

Exposição colectiva: Balin, Hugo Canoilas, Luís Macedo, Paulo Rafael Sousa.

ORGANIZAÇÃO: Galeria 30 Dias

Caldas da Rainha, Portugal - 2000

Organização - Balin, Hugo Canoilas e Luís Macedo

Carlos Nogueira - Luís Macedo - Daniel Barroca - Rita Carmo e Pedro Pinto - Vasco Costa - D-Lab Pedro Diaz Bérrio, Rui Xavier e Tiago Jorge - Pedro Campos Rosado - Balin - Ana Teresa - Paulo Rafael - Teresa Almeida, Susana Guardado, Patrícia Guerreiro, Carlos Guerreiro, Pedro Valdez Cardoso e Rafael Alvarez - João Costa, Nuno Fernandes, Raquel Abreu, Sérgio Gonçalves e Nelson Lança - Marco Reixa - Jorge Santos - Virgínia Mota - Hugo Canoilas e Martinha Maia - José Barrias - Nuno Carrusca - Gonçalo Pena - Miguel Moreira e Catarina Verdier - Carla Rebelo - Paulo Barros - Fernando Brízio - José Miranda Justo - Pedro Cabrita Reis - Xana - Filipe Feijão, Pedro Ferreira e Nuno Simão - Lúcia Morgado - TVT - Victor Reis - Ana Vieira e Catarina da Câmara Pereira.

Apoios - Ministério da Cultura, IAC - Instituto de Arte Contemporânea, Florescar, Jornal Público, AE ESTGAD, Centro de Educação Especial Rª Dª Leonor, IPL - Instituto Politécnico de Leiria, Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Antidote Productions, ESTGAD, Caixa de Crédito Agrícola.

Catálogo - Design gráfico de António Costa e Texto de Fernando Poeiras - 1000 exemplares

Jornal Público, Publicidade, 2000

Jornal Público, Suplemento Artes, 2000

Oficina Artes e Ofícios ao Centro

Castelo Branco, Portugal - 2024

Oficina de Azulejaria "Artes e Ofícios ao Centro" - 30 Novembro a 28 de setembro 2024

Festival Sabores de Perdição

Castelo Branco, Portugal - 2024

Festival Sabores de Perdição - 6, 7 e 8 de Setembro 2024

Feira Internacional de la Ceràmica

Manises, Espanha - 2024

Castelo Branco - Membro das Cidades Criativas da UNESCO 2024 + Jornal Reconquista _ edição 18-07-2024

Links ( Espanha ) Manises Turismo | Horta Noticias | Levante Links ( Portugal ) Rádio Castelo Branco | Diário Digital Castelo Branco | Gazeta do Interior | CB Notícias | Beira Baixa TV

FIA - Feira Internacional de Artesanato

Feira Internacional de Lisboa, Lisboa, Portugal - 2024

BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa

Feira Internacional de Lisboa, Lisboa, Portugal - 2024

TV SIC - "Boa Cama Boa Mesa"

Fábrica da Criatividade, Castelo Branco, Portugal - 2023

FOLK ART WORK

USA Magazine Online - Artist of the Week - 2023 / 2024

"Brief Side Effects transports you to the original and dark folk tales, through the fascinating and disturbing interpretation of psychoanalytic aspects. It is important to know the violence of kids abandoned in the black forests and the king’s desire to offer his daughter, the witches who eat children and the eroticism in glass shoes, to allow the creation of a new and strange moral episode. The characters gain space for new interpretations in the stories and invite us to question the role of behavior in society, of what can be considered morally appropriate or unacceptable." Folk Art Work - Artist of the Week - online magazine, USA, Jun 2024.

"The tile works, as if they were small murals paintings, call for resistance against the banality of evil. It has an intention of historical memory, which, unfortunately, has the strength to remain current. Luís Macedo is a Portuguese artist, resident at Fábrica da Criatividade in Castelo Branco and teacher of Visual Arts." Folk Art Work - Artist of the Week - online magazine, USA, Nov 2023.